Impressões da Advancecare sobre o mercado de seguros de saúde

Novembro 28, 2011

Com 820 mil pessoas cobertas pela sua rede de prestadores de cuidados de saúde, através de nove companhias de seguros, a AdvanceCare quer diversificar a actividade já em 2012, preparando-se para gerir danos corporais. Luís Drummond Borges, director-geral da AdvanceCare, confirma que o aparecimento de mais unidades hospitalares privadas intensifica a migração de beneficiários do sector público para a os sistemas de saúde privada.

Qualidade dos prestadores e do atendimento é muito valorizada nos seguros de saúde

Segundo o diretor-geral da Advancecare, numa rede de prestadores de cuidados de saúde, os portugueses dão muito valor à qualidade dos prestadores que compõem essa rede, nomeadamente ao atendimento prestado e à proximidade geográfica, embora este último factor acabe por ser o menos determinante em termos de valorização por parte dos utentes da rede.

O factor proximidade perdeu alguma importância, uma vez que a grande maioria do território nacional está coberta pela rede médica da Advancecare e também pelas redes médicas dos principais concorrentes.

Há locais onde pontualmente existem dificuldade de contratualização, como acontece nos Açores ou na Madeira, mas no continente a rede está espalhada por todo o país.

Crescente oferta de unidades hospitalares privadas contribuí para aumento dos seguros de saúde

Cada vez que abre uma nova unidade hospitalar privada abre numa determinada região, há nessa região uma tendência para aumentar a procura e até para novas adesões aos seguros de saúde, mas essencialmente há um crescimento do consumo por parte daqueles que já estão no seguro.

Pelo que o diretor-geral da Advancecare conclui que existem duas componentes associadas à saúde. Uma componente de risco puro, a outra mais associada ao consumo. Com a entrada de novas unidades para a rede, estas duas componentes tendem a ser ativadas, mas especialmente a de consumo. Não obstante, as novas unidades também aniquilam e vão eliminando os pequenos prestadores que estão à volta delas, aumentando o grau de concentração.

Em relação à alegação feita por alguns operadores de seguros de saúde de excesso de consumo neste tipo de seguros, chegando mesmo a questionar-se a rentabilidade do ramo seguro de doença em algumas seguradoras, Drummond Borges da Advancecare também tem opinião formada.

Temos vindo a constatar que o consumo per capita está estagnado com potencial tendência a diminuir ao nível do ambulatório. E no último trimestre poderá haver um consumo per capita ligeiramente mais baixo. Há alguma retração já visível, que não é ainda estrutural. Não sabemos se vai ser estrutural. Há uma estagnação na parte do consumo, mas na parte do risco a procura está a aumentar.

Ou seja, a utilização dos hospitais privados para cirurgias está a aumentar, não só porque abriram novas unidades, mas também porque há uma migração dos médicos do sector público para o sector privado, que tendem a levar com eles os seus próprios pacientes. E as novas tecnologias disponíveis no sector privado estão cada vez mais desenvolvidas, o que acelera a migração da procura deste tipo de serviços.

 

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